sábado, 6 de junho de 2009

Já bebeste Guaraná?


O nome botânico do guaraná, Paullinia Cupana, resulta de uma homenagem ao botânico alemão C. F. Paullini, que viveu no séc. XVIII. O guaraná nunca foi encontrado em estado selvagem, isto porque, desde muito cedo, passou a ser cultivado por índios de diversas tribos indígenas, entre as quais, Maués e Andiras, no “Baixo Amazonas”. Hoje em dia, o seu cultivo é assegurado pela tribo “Sateré-Mawé”. A leitura da entrevista incluída na página três deste jornal, dá-nos uma visão clara da dedicação desta tribo à cultura do guaraná. A colheita e o tratamento do fruto, é feito de forma artesanal. Os frutos amadurecidos, abertos ou em cachos, são colhidos e amontoados num alçapão, por dois ou três dias, onde passam por um ligeiro processo de fermentação. Seguidamente, extrai-se a polpa ao guaraná (quase sempre manualmente), que é levado a secar ao ar livre. Faz-se a separação dos grãos, segundo o seu tamanho. Os maiores de um lado, e os menores de outro. Posteriormente, são torrados em fornos de barro, a temperaturas moderadas, durante quatro a cinco horas.

Que significado tem a palavra “ wará”? A palavra “wará” é uma expressão utilizada pelos antigos da Tribo para designar guaraná e significa “explicação, início de todo o conhecimento”. Para a Tribo, o “wará” ou guaraná, quando ingerido, provoca algumas sensações nas pessoas, principalmente em alturas de reuniões, com vista à tomada de decisões e organização do trabalho. Pode-se dizer que o “wará”, quando ingerido, causa inspiração às pessoas, fazendo com que profiram “as mais belas palavras”, durante as reuniões, fundamental para criar um clima de harmonia que norteia os desejos e as ideias das pessoas.

(Jornal dos clubes do Comércio Justo, Nº 2 Janeiro 2007)

Na Mó de Vida, poderás encontrar guaraná proveniente do projecto Onça, no Brasil.

Projecto Onça


O Projecto Onça (Organização núcleo de comunidades agrícolas), no Brasil, localizado no Estado da Baía, nasceu para criar um novo modelo agrícola adaptado às condições da região e da agricultura biológica. Enquanto a prática agrícola convencional tem vindo a provocar um empobrecimento dos solos, favorecendo o processo erosivo, este projecto busca garantir a segurança alimentar, a saúde, a habitação, os transportes, um rendimento digno, numa interacção holística capaz de promover melhorias na qualidade de vida e preservar a área ainda existente da mata atlântica, contribuindo para conservar este importante ecossistema. A sua produção principal é composta pelo guaraná, o cravinho da Índia, 2 variedades de pimenta, a piaçaba, o dendê (óleo de palma), o cacau e a borracha proveniente da seringueira.

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